Maus: A História de Um Sobrevivente.

Um aspecto humano universal é de que o conhecimento pode ser passado por via oral eu escrita. Assim culturas antigas como a grega, dividiram seus contos épicos de vitórias e de derrotas, procurando a propagação de seu saber e de suas reflexões para o maior número de pessoas, perpetuando assim seus saberes. Dessa forma surgiu o alfabeto e a literatura, como ferramentas que tornam suas narrativas imortais. Da mesma forma como os antigos escritores o ilustrador e cartunista, o sueco Art Spiegelman resolve imortalizar a história de sobrevivência de seus pais, narrando o Holocausto, em forma de quadrinhos, utilizando a voz de seu pai Vladek, um judeu sobrevivente dos campos de concentração nazista, nascendo assim o premiado livro- Maus: A História de um Sobrevivente.
Assim através de sua arte Spiegelman retrata os personagens que norteavam a vida de seus familiares durante o período da Segunda Guerra. Para isso utiliza imagens de animais, atribuindo a esses comportamentos e características humanas: Libélulas como Ciganos, Ursos são Russos, Renas são Suecos, Sapos como Franceses, Peixes são Ingleses. Ficando entre as quatro principais etnias, a briga entre o cão, o gato e o rato, além da inércia atribuída aos porcos. Sendo que dessas quatro analogias os Americanos são vistos como Cães, os Alemães sendo os Gatos, os Judeus ficando com a figura de Ratos e os Poloneses sendo retratados como Porcos. Em uma clara tentativa de demonstrar os papeis que cada um teve durante o período em que os Alemães invadiram a Europa.

Esse período influencia na escolha em trazer uma obra cujo as imagens em seu interior são totalmente criadas em preto e branco, não desfavorecendo a qualidade do trabalho gráfico, pelo contrário, os traços negros trazem vida a seus personagens, que transpiram emoções e sentimentos. Além de retratar os personagens, o empenho do cartunista traz a realidade dos locais retratados, mostrando os pontos onde se passa a história, buscando a exatidão aos seus desenhos. Para isso visitou locais que desenhou, tendo o autor inclusive percorrido o Campo de Auschwitz, local onde seus pais ficaram enclausurados em 1944.
Em suas páginas Maus traz um relato de como foi a vida de um sobrevivente e de sua esposa em um campo de concentração alemão, junto a outros prisioneiros, soldados e doenças. Mais do que a simples sobrevivência, apresenta ao leitor como coisas básicas podem ter valor durante a guerra, onde triviais objetos como fósforos, botas e chocolate podem definir quem morre ou vive. O texto traz como são as relações humanas durante o período de caos, diferenciando quem está no poder e quem está na base da pirâmide.
Todo esse contexto faz com que MAUS seja um relato histórico, podendo ser utilizado nos anos finais do ensino médio. Possibilitando um trabalho conjunto entre matérias, ou seja, podendo ser uma ferramenta multidisciplinar unindo Literatura, História, Artes e Geografia. Crendo que a união de profissionais da educação seja o caminho para uma didática criativa que leva o aluno a ser o protagonista de sua formação escolar, incentivando-o a buscar conhecimento em diversas formas de mídia, formando um aluno-pesquisador.

Maus
A meritocracia numa sociedade desigual e injusta.

Devemos ter cuidado ao defender a Meritocracia como base para se buscar uma igualdade de oportunidades no ambiente escolar. Podemos entender que este conceito trata da busca por melhores posições através do próprio mérito, colocando os concorrentes postulantes, em uma disputa em condições supostamente iguais. Como exemplo desses casos podemos citar o vestibular ou o ENEM, onde quem consegue a vaga são os alunos com melhores notas, sem levar em consideração o percurso anterior do discente. Outro fato pode ocorrer, como no caso da concorrência a bolsa de estudos ou intercambio, onde quem consegue a vaga são os alunos com melhores resultados, excluindo os motivos que levam alunos a ter um percurso escolar menos atraente.
Claro que a igualdade é um direito fundamental previsto na Constituição, e que estamos em uma competição em busca de nossas metas. Mas essa justiça que tem que ser defendida por nós educadores, realmente é efetiva? Todos deveriam ter direito a oportunidades iguais, sem ser prejudicados por conta da origem social, raça, religião, gênero ou idade. No entanto a realidade é outra. Prevendo isso que existem leis que defendem grupos da sociedade, são inúmeros esses instrumentos criados em forma de leis, defensoras dos “menos favorecidos”. Entre tantas legislações estão: Lei de Cotas, Direitos dos Povos Indígenas, Direitos LGBT, Estatuto da Igualdade Racial, a Liberdade de Crença, Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Normas como essas exigem que todos sejam tratados com igualdade, sem elas, alunos estariam desamparados. Somente por força da lei que vemos atualmente jovens com necessidades especiais tendo aula em turmas comuns, pois anteriormente a esses decretos, os protegidos eram separados conforme suas patologias, em um método médico/educacional.

Porém ainda temos a questão social como um agravante de impedimento de uma meritocracia eficiente. Pois a questão financeira, regional e cultural pode deixar esse aluno para trás, pois está inserido em um ambiente de carência, onde lhe falta o mínimo para se buscar uma melhor colocação no meio social e escolar. Por outro lado, existem os alunos mais favorecidos, cuja família tem condições de lhe proporcionar uma melhor educação. Com aulas em escolas particulares, cursos extras e a possibilidade de vivenciar suas descobertas, por meios eletrônicos e virtuais, ou em viagens e visitas a museus e teatros. Esses jovens cidadãos saem na frente na busca de melhores vagas escolares, melhores empregos e melhores salários, não sendo uma disputa justa se compararmos com jovens em situação de vulnerabilidade. Apesar desse desequilíbrio financeiro e social existem leis que tentam defender essa parcela da sociedade, trazendo a esses a garantia de competências mínimas. Caso da lei que trata do Salário Mínimo, PIS, Auxilio Emergencial e Bolsa Família.
Atualmente surge um novo personagem na questão da desigualdade dentro do meio acadêmico e social: A Exclusão Digital. Vimos em 2020 com a Pandemia do Corona Vírus, que grande parte da sociedade está excluída de tecnologias digitais, essa desigualdade vem sendo propagada por muito tempo, separando os cidadãos mais afortunados dos demais. Criando um abismo social cada vez maior. Isso não implica somente na questão de apropriação dessa tecnologia, mas também em se poder utilizar todo seu potencial. Durante essa grave fase em que vivemos, muitos alunos deixaram de estudar, ou simplesmente ficaram defasados por falta de equipamentos para assistir as aulas emergenciais.
Entretanto apesar de termos conhecimento dessas desigualdades e das diretrizes que tratam em buscar a equidade social, a meritocracia na prática esconde as distancias sociais reais entre as pessoas, pois desconsidera as características e necessidades de cada indivíduo. No meio acadêmico essa discrepância meritocrática só aumenta a separação, pois cada indivíduo tem sua peculiaridade. Então para se combater esse desiquilíbrio decorrente de tantas separações sociais, devesse buscar uma forma de equilíbrio, colocando iguais na busca das mesmas oportunidades. Assim pessoas com o mesmo grau de dificuldades poderão competir em uma legitima igualdade. Mas por enquanto os mecanismos que tratam de impor essa equidade, são bem vindos e devem ser celebrados pela sociedade civil e acadêmica.

Solução completa

Navegar na internet se tornou algo rotineiro, talvez até obrigatório para muitos indivíduos por todo o planeta, seja pra fazer uma simples pesquisa escolar, ou movimentações bancárias. Essa nova realidade trouxe consigo diversos riscos: vírus; roubos; fraudes; venda e vazamento de dados; ataques a perfis sociais; Fakes News. Riscos esses que podem afetar não só os dispositivos, mas também a vida pessoal de seus usuários.
Por isso deve-se ter atenção como se acessa e o que se acessa nesse cenário caótico, que é o ambiente virtual, principalmente em relação a adolescentes e crianças, pois esses são mais vulneráveis sendo alvos fáceis para criminosos. Nesse contexto pais e professores devem orientar os jovens para que não caiam em armadilhas feitas por pessoas mal-intencionadas.
Assim podemos ter diversas formas de instruir nossos alunos a não ficar expostos a esse quadro. Dessas podemos primeiramente delimitar um nível de amadurecimento para que esse jovem possa começar a acessar, ou ficar sem acompanhamento no ambiente virtual. Existem ferramentas que bloqueiam certos sites e downloads. Dentro do ambiente escolar essa vigilância deve ser severa pois pode incorrer certas questões extra classe. O professor deve explicar que não se deve ter certos dados disponíveis nem expostos, tão pouco aceitar solicitação de amizade de desconhecidos. Também deve instruir que certas fotos não podem ser postadas, informando claramente o motivo, principalmente fotos que relatam o cotidiano escolar e familiar do discente.
Devesse combater o cyberbullying ensinando ao jovem o valor da empatia, não querendo para o outro o que não se quer para si, combatendo assim o preconceito como um todo, desde no mundo virtual quanto no natural. Outra forma de agressão que vem crescendo e tomando novas formas são as Fake News, nesse caso devemos instruir a não propagação, incentivando a pesquisa como forma de combate a esse crime, assim criando uma nova forma de se ensinar e de aprender.
Porém a ferramenta mais eficiente de combate a qualquer ataque contra o jovem é um diálogo aberto e franco, com liberdade e sinceridade, envolvendo todos os indivíduos que fazem parte do crescimento desses cidadãos, unindo o corpo escolar com a comunidade.

O ensino da avaliação de redações escolares a partir do léxico
A professora de Língua Portuguesa e Linguística da Unioeste, Márcia Sipavicius Seide, apresenta na Revista GTLex, o resultado de seu trabalho de pesquisa intitulada: O ensino da avaliação de redações escolares a partir do léxico. Análise feita a partir da observação da deficiência lexical em textos criados por alunos brasileiros, buscando explicar tal efeito observando alunos e ex-alunos de Licenciatura em Letras. Com o propósito de elucidar sua pesquisa a docente fundamenta sua tese, com um texto de fácil entendimento, através do formato acadêmico, com Introdução, Fundamentação Teórica, Metodologia, Resultados e Considerações Finais. Nessa ordem ela relata como observou a deficiência vocabular, as falhas nas redações e as dificuldades em se criar textos dos alunos brasileiros, de todos os níveis de ensino. Suspeitando que tal ocorrência se dê pelo fato da falta de uma teoria específica sobre como o licenciando pode perceber erros textuais como os de coerência, coesão, progressão e contradição. Assim ela realiza seu experimento com professores e futuros professores de português, através da oferta de uma oficina de Correção Textual, fundamentando seu estudo em teorias consideradas pela Abordagem Lexical. Apesar de que os participantes da matéria terem estudado durante a graduação sobre o Léxico da Língua Portuguesa, esses deixaram de avaliar os blocos de palavras mal formados e as inadequações vocabulares dos textos oferecidos durante a oficina. Para demonstrar esses resultados da pesquisa ela escolhe cinco alunos, dois com resultados abaixo do esperado, um com rendimento mediano e os demais com bom rendimento. Por fim ela evidencia a necessidade de se adequar, nas faculdades de ensino de Letras, o uso da Abordagem Lexical como critério de avaliação escolar. Assim o trabalho tem grande relevância a estudantes e a professores e faculdades durante a formação da grade escolar e de planos de estudos, colaborando para que no futuro próximo, as inadequações vistas em textos de estudantes sejam cada vez menos frequente.
Seide, M. S. (2020).
O ensino da avaliação de redações escolares a partir do léxico . Revista GTLex, 5(1), 71-90. https://doi.org/10.14393/Lex9-v5n1a2019-4

Resenha de texto Repetir ou não repetir uma palavra: eis a questão
A Doutora em Estudos Linguísticos, na área de Linguística Aplicada ao Ensino de Português, pela Universidade Federal de Minas Gerais, Maria Bernadete Rehfeld, escreve o capítulo “Repetir ou não repetir uma palavra: eis a questão”, publicado no livro “O léxico do português em estudo na sala de aula III”. Este esclarece o pensamento da professora sobre a questão da repetição lexical em produções textuais. Assim a professora comenta que seus públicos alvo são os alunos dos anos finais do ensino médio e os estudantes de nível superior em letras e pedagogia. Ela utiliza da linguagem acadêmica para referenciar os conceitos que a levam a fomentar sua teoria. Utilizando como exemplos textos de diferentes fontes, tais como jornais, revistas e texto produzido por seus alunos do curso de letras. No trabalho ela demonstra como são utilizados diversos recursos anafóricos para referenciar um sintagma nominal, explicando que dessa forma o escritor não repete a mesma palavra diversas vezes em um espaço curto do texto. Dessa forma ela vai criando um ambiente para expor sua defesa em prol da repetição lexical, deixando de lado o pensamento de que essa prática se trata de um “vocabulário restrito”. Porém, segundo a autora, essa repetição não deve ser feita de qualquer modo, tendo que cumprir a função de não deixar que o leitor se perca durante a leitura, ou seja, que esse tenha seu foco atrelado ao tema do texto, mantendo a continuidade do pensamento. Relatando que durante seus estudos viu que a repetição lexical é amplamente utilizada por escritores egressos do ensino médio. Por fim em sua defesa ela relata que buscar a repetição lexical por pura preguiça ou pela facilidade de se manter a progressão textual torna a prática inadequada. Mas demonstra que a repetição é pertinente, em casos em que o produtor do texto não se esquece de utilizar a variação lexical da língua. Com ideias bem fomentadas a autora consegue persuadir o leitor em suas teorias, entendendo que a prática da repetição de sintagmas nominais, pode ser uma estratégia textual. Porém devido a linguagem escolhida, este se torna acessível a um tipo específico de leitores - estudantes e formados de nível superior - pois dificulta o entendimento de quem não domina os conceitos linguísticos.

O tratamento de expressões idiomáticas em dicionários escolares brasileiros e ensino de língua materna
O artigo tema dessa resenha é o resultado do trabalho de duas pesquisadoras, Aderlande Pereira Ferraz e Cristiane Aparecida Soares da Silva Rozenfeld. Onde explicam a função dos dicionários escolares no tocante das expressões idiomáticas, ou seja, como os dicionários contribuem para o desenvolvimento lexical dos estudantes, sob a ótica das expressões utilizadas na oralidade e em alguns gêneros textuais escritos.
Assim explicam que para tal trabalho utilizaram como fonte de pesquisa, dicionários desenvolvidos para alunos que estejam no ensino médio (tipo 4). Também fazem um breve relato sobre a história da lexicografia, ou seja, o trabalho de formação de um dicionário.
Dessa maneira apresentam o desenvolvimento lexicográfico desde a antiguidade, com o início da organização de palavras em listas, passando pela idade média, onde devido ao alto custo os textos eram acessíveis somente a mestres. Sendo que com a criação da prensa tipográfica os textos ficaram mais acessíveis, os pequenos dicionários de bolso para estudantes, até que com o surgimento da tecnologia atual, os textos deixaram de ser físicos, passando a ter um acesso mais facilitado.
Além da ascensão da tecnologia, relatam também que no início os dicionários eram escritos em latim, passando a ser bilingue e somente no século XIX surge os primeiros dicionários escritos em português. Já no século XX as produções se intensificam, surgindo várias obras até mesmo voltadas a nichos específicos, como a Tecnologia da Informação.
Após essa contextualização histórica as pesquisadoras caracterizam as expressões idiomáticas e seu campo de trabalho, assim como o tipo de dicionário escolar escolhido, delimitando assim sua pesquisa. Essa limitação é importante pois do contrário o trabalho seria inviável pela totalidade de expressões e de dicionários que existem na língua portuguesa.
Com a contextualização histórica e de como se conduziu a pesquisa, as pesquisadoras relatam como enxergam o uso dos dicionários como ferramenta didática, utilizando as expressões idiomáticas como facilitadoras dos estudos lexicais dependentes da contextualização linguística.
Com uma linguagem de fácil acesso, por toda ambientação precedendo e com a pesquisa bem delimitada essa é de fácil entendimento. Assim o trabalho pode ser utilizado como fonte para pesquisadores, professores de ensino médio ao superior e para alunos de nível médio. Um ótimo artigo merecedor de leitura por todos aqueles têm interesse de ensinar ou de aprender mais sobre a língua portuguesa.

RESENHA do texto Dicionários escolares como ferramentas para prática de letramento situado
O artigo tema dessa resenha é o resultado do trabalho de três pesquisadores, Ana Grayce de Freitas Sousa, Daniel Martins de Carvalho, e, Antônio Luciano Pontes. Cuja ambição desses é de explorar e desvendar a importância dos dicionários como ferramenta didática. Assim apresentam a fundamentação teórica e a metodologia que irá abordar o tema, escolhendo três dicionários da mesma editora. Apesar de terem a mesma orientação pedagógica, esses são destinados a um público-alvo diferente. Isso se deve a forma com que é repassado a informação para o usuário. Portanto o primeiro dicionário é voltado a crianças do primeiro ano do fundamental, o segundo a crianças do segundo ao quinto ano e o terceiro destinado a crianças do sexto ano até o término do fundamental. Para exemplificar eles escolheram “coração” para inferir as diferenças na apresentação das definições de cada dicionário. Então observaram que cada exemplar tem sua própria linguagem, entendendo a necessidade e o vocabulário específicos do ano escolar de cada aluno. Com uma linguagem mais simples e com menos verbetes no primeiro exemplar, aumentando progressivamente a complexibilidade de sua linguagem, chegando a utilizar uma forma abstrata e informações gramaticais nos dois últimos exemplares, não visto anteriormente no primeiro dicionário. Dessa forma os autores trazem uma linguagem acessível e bem fomentada, conseguindo com que o leitor compreenda e convencendo-se da tese dos pesquisadores. Por sua linguagem e pela temática pode ser utilizado por professores de todos os níveis, gestores de escolas, estudantes e pesquisadores que queiram saber mais sobre o assunto.